Estas informações foram publicadas, primeiro em inglês, escritas pela Dra. Merry Jennifer Markham para os pacientes dos EUA. Elas foram revisadas e analisadas pela Dra. Clarissa Mathias e pelo Dr. Carlos Sampaio para publicação em português, especificamente para pessoas com câncer no Brasil.

Dra. Merry Jennifer Markham, FACP, FASCO, é a Chefe interina da Divisão de Hematologia e Oncologia da Universidade da Flórida (UF), professora associada da Escola de Medicina da UF e diretora adjunto para assuntos médicos no Health Cancer Center da UF. Ela é especialista no tratamento de cânceres ginecológicos. Dra. Markham é a última presidente do Comitê de comunicações sobre o câncer da American Society of Clinical Oncology (Sociedade Americana de Oncologia Clínica). Ela também é redatora associada do Cancer.Net sobre cânceres ginecológicos. Siga-a no Twitter @DrMarkham.

Dra. Clarissa Mathias é médica oncologista especializada em câncer de pulmão no Núcleo de Oncologia da Bahia. Ela também está na diretoria da International Association for the Study of Lung Cancer (Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão), é presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e presidente do Comitê de assuntos internacionais da American Society of Clinical Oncology. Dr. Carlos Sampaio é médico oncologista especializado em câncer de mama na Clínica AMO e é membro do Comitê de assuntos internacionais da American Society of Clinical Oncology.

A American Society of Clinical Oncology está ciente de que pessoas com câncer e sobreviventes do câncer, especialmente aqueles com o sistema imune comprometido, provavelmente estão preocupados com o potencial impacto da COVID-19 em sua saúde. Os pacientes devem conversar com seus oncologistas e equipes de cuidados de saúde para discutir suas opções para se proteger da infecção.

O que é a COVID-19?

COVID-19, ou doença por coronavírus 2019, é uma doença causada por um novo coronavírus que foi identificado pela primeira vez em um surto em Wuhan, China, em dezembro de 2019. 

Coronavírus são uma grande família de vírus que podem causar doenças leves, como resfriado comum, a doenças mais graves, tais como síndrome respiratória aguda grave (SARS) e síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS). Como o novo coronavírus está relacionado ao coronavírus associado à SARS (SARS-CoV), o vírus foi identificado como SARS-CoV-2. A origem exata de SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, não está clara, mas provavelmente se originou em morcegos.

O vírus pode se espalhar de pessoa para pessoa, por meio de pequenas gotículas do nariz ou boca que são produzidas quando uma pessoa tosse ou espirra. Outra pessoa pode pegar a COVID-19 ao respirar essas gotículas ou ao tocar uma superfície que tenha essas gotículas e, em seguida, tocar em seus olhos, nariz ou boca.

Os sintomas da COVID-19 podem ser moderados a graves e podem aparecer entre 2 e 14 dias após a exposição ao vírus. Os sintomas podem incluir febre, tosse, falta de ar, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta e perda do paladar ou odor. Outros sintomas podem incluir dores, fadiga, congestão nasal ou coriza, ou diarreia. Em algumas pessoas, a doença pode causar pneumonia grave e problemas cardíacos, e isso pode levar à morte. Outras pessoas que estejam infectadas podem não desenvolver nenhum sintoma.

A COVID-19 pode ocorrer em crianças e adultos. No entanto, a maioria dos casos conhecidos da doença ocorreu em adultos. Os sintomas em crianças parecem ser mais leves que os sintomas em adultos. Houve relatos recentes de uma síndrome inflamatória de múltiplos órgãos em crianças associada à COVID-19, com sintomas como erupção cutânea, febre, dor abdominal, vômito e diarreia.

Uma análise de 928 pessoas com câncer e COVID-19 (em inglês), apresentada durante o Programa Científico Virtual da Reunião Anual de 2020 da American Society of Clinical Oncology, revelou que ter câncer ativo e em progressão estava associado a um risco 5 vezes maior de morrer em 30 dias, em comparação com pacientes que estavam em remissão do câncer.

O que posso fazer para me prevenir da COVID-19?

Atualmente não há uma vacina para prevenir a COVID-19, embora vários estudos clínicos estejam sendo realizados para desenvolver uma vacina eficaz e segura.

A maneira mais importante de se proteger é se prevenir da exposição à COVID-19. Fique em casa o máximo possível e evite áreas em que há pessoas reunidas. Evite viagens desnecessárias, e siga as orientações sobre restrições de viagens emitidas pelo Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, CDC) dos Estados Unidos, pela Organização Mundial da Saúde (OMS, em inglês) ou pelas autoridades locais.

Outra forma fundamental de se proteger é lavar suas mãos frequentemente com água e sabão por, pelo menos, 20 segundos o tempo que levaria para cantar a música de feliz aniversário do início ao fim duas vezes. Se água e sabão não estiverem disponíveis, utilize um antisséptico para mãos que contenha, no mínimo, 60% de álcool. A melhor maneira de limpar suas mãos, porém, é por meio de água e sabão.

Além de lavar as mãos frequentemente, é importante:

  • não tocar seus olhos, nariz e boca;

  • utilizar um lenço se você precisar tossir ou espirrar. Em seguida, jogar o lenço fora. Ou tussa ou espirre em seu cotovelo em vez de fazê-lo na sua mão;

  • procurar não ter contato próximo com pessoas doentes; e

  • limpar frequentemente os objetos tocados e superfícies com spray ou lenços de limpeza doméstica. Essas superfícies e objetos incluem maçanetas, balcões, banheiros, teclados, tablets, telefones, interruptores, entre outros.

Algumas pessoas com COVID-19 não apresentam sintomas e não sabem que têm o vírus, ou pode ser que elas não tenham ainda desenvolvido os sintomas. Por isso, a legislação brasileira exige que você use máscaras de pano quando você estiver em um lugar público. Máscaras de tecido não lhe protegem necessariamente de desenvolver a COVID-19, mas podem ajudar a prevenir a propagação do vírus na comunidade. A máscara deve cobrir o nariz e a boca.

Máscaras cirúrgicas e máscaras N95 devem ser reservadas para profissionais da saúde, porque estas máscaras estão com abastecimento limitado.

Lembre-se que usar uma máscara de pano não deve substituir o distanciamento social ou físico.

Não há evidência de que tomar vitamina C, mesmo em doses altas, pode ajudar a prevenir a COVID-19.

Há precauções especiais que as pessoas com câncer devem tomar?

As pessoas com câncer, pessoas que estão em tratamento ativo do câncer, pacientes mais idosos e pessoas com outros quadros clínicos crônicos e graves, como doença pulmonar, diabetes ou doença cardíaca, estão em risco mais elevado para a forma mais grave da COVID-19, que pode levar à morte. As mesmas regras que se aplicam a pessoas sem câncer se aplicam àqueles com câncer: lave bem as mãos e com frequência. Evite tocar o seu rosto, e evite o contato próximo com pessoas que estão doentes.

As pessoas que estão em risco mais elevado de ficar muito doente com a COVID-19 não devem realizar qualquer viagem/deslocamento não essencial durante este tempo de surto da COVID-19. No Brasil, pedidos para ficar em casa são determinados pelos governos locais e podem variar de acordo com o risco na sua região. Para pessoas com câncer que vivem em áreas com um pedido para ficar em casa, não saia de casa a menos que seja absolutamente necessário. Para pessoas que vivem em áreas nas quais não há um pedido para ficar em casa ou o pedido emitido pelo governo, foi suspenso ou está em processo de ser suspenso, é melhor viver como se ainda houvesse tal pedido. Fique em casa para reduzir a exposição a outras pessoas. Evite quaisquer reuniões sociais. Se você precisar deixar sua casa, mantenha uma distância de pelo menos 2 metros entre você e as outras pessoas. Apenas deixe sua casa por motivos essenciais, como para comprar mantimentos ou pegar um medicamento na farmácia. Ao sair use uma máscara de pano, e faça sua viagem o mais breve possível.

Caminhar ou fazer exercícios ao ar livre é bom contanto que a área não esteja cheia de gente e você seja capaz de manter uma distância de pelo menos 2 metros das outras pessoas.

Certifique-se de manter uma quantidade suficiente de medicamentos essenciais, tanto aqueles com receita quanto os de venda livre, para pelo menos 1 mês. Crie ou atualize uma lista de contatos de emergência que inclui sua família, amigos, vizinhos e recursos do bairro ou da comunidade que possam estar aptos a lhe fornecer informações ou auxílio se você precisar.

Para manter-se conectado ao seu sistema de apoio, se conecte com sua família e amigos, virtualmente, por meio de videochamadas ou ligações telefônicas. Alguns exemplos de tecnologia que podem ser usados para chamadas por vídeo ou outras chamadas ao vivo são FaceTime, Zoom, Google Hangouts e plataformas de mídias sociais, como o Instagram e Facebook.

Se você tiver tratamentos para o câncer agendados, converse com o oncologista sobre os riscos e benefícios de continuar ou suspender o tratamento. Se você não tiver um tratamento do câncer agendado, mas tiver uma consulta agendada com o oncologista, pode ser possível para o médico realizar a visita usando videoconferência ou telemedicina. Certifique-se de verificar com sua equipe de cuidados de câncer para saber se isso é recomendado para você.

Como alguns hospitais e clínicas estão limitando visitantes, e alguns não estão permitindo visitantes, ter seus desejos de assistência médica por escrito é mais importante do que nunca. Seguem alguns exemplos de perguntas importantes para fazer a si mesmo, para conversar com seus entes queridos e para anotar:

  • Que nível de qualidade de vida seria inaceitável para mim?

  • Quais são meus objetivos mais importantes se a minha situação de saúde piorar?

  • Se eu for incapaz de falar por mim, quem é a pessoa na minha vida que eu gostaria que falasse por mim?

  • Quem não deve estar envolvido na tomada de decisões por mim?

  • Se eu sofrer uma parada cardíaca, eu quero que seja feita uma RCP (reanimação cardiopulmonar)?

Alguma coisa mudará em relação às minhas visitas médicas relacionadas ao câncer?

Devido a pandemia de COVID-19 e ao aumento do risco de exposição ao vírus por sair em público, a maioria dos hospitais e clínicas alteraram suas políticas de visitação. Alguns podem permitir 1 visitante por paciente, e outros podem não permitir visitantes. Antes de ir para a sua consulta médica, verifique com a clínica ou hospital a política de visitantes atual.

A equipe de cuidados de câncer pode mudar algumas de suas visitas para telemedicina. Durante uma consulta de telemedicina, você pode permanecer em casa e consultar o médico ou outro membro da equipe de cuidados de saúde por meio de videoconferência usando seu telefone ou computador. O consultório do médico dirá qual sistema eles estão usando para as consultas de telemedicina, e eles fornecerão instruções sobre como realizar sua consulta desta forma. Se você estiver interessado em ter uma consulta por telemedicina em vez de presencial, pergunte à equipe do consultório do médico se isso é possível.

O médico pode recomendar suspender alguns tratamentos para cuidados de suporte, como tratamentos de fortalecimento ósseo, por exemplo, denosumabe (Xgeva) ou ácido zoledrônico (Zometa) ou suplementação de ferro intravenoso. Eles apenas recomendarão suspender os tratamentos, se eles acreditarem que é para o seu melhor benefício fazê-lo. Testes de rastreamento de câncer, tais como mamografias ou colonoscopias, e outros exames, como exames de densidade óssea, também podem ser suspensos para reduzir o risco de exposição ao vírus.

Oncologistas podem recomendar alongar o período de tempo entre tratamentos do câncer usando medicamentos, como quimioterapia ou imunoterapia. Ou eles podem recomendar suspender o início desses tratamentos, com base em seu diagnóstico de câncer e os objetivos do tratamento. É importante lembrar que seu oncologista apenas fará isso depois de ponderar os riscos e benefícios para sua situação.

Para pessoas que não tiveram um diagnóstico de câncer, mas estão em risco elevado de ter câncer, tais como aquelas com uma síndrome de câncer hereditário como síndrome de Lynch ou uma mutação de BRCA, o médico pode recomendar suspender alguns exames de rastreamento ou procedimentos de redução do risco de câncer. Em geral, é seguro suspendê-los por algum período de tempo. Se você tiver dúvidas sobre o seu risco em particular, converse com o médico sobre os riscos e benefícios de suspender os procedimentos.

O que devo fazer se achar que eu possa estar com COVID-19?

Ligue antes de visitar seu profissional de saúde ou o pronto-socorro se você tiver febre e outros sintomas de uma doença respiratória, tais como tosse e falta de ar. Informe-os também se você acha que possa ter COVID-19. Eles farão perguntas sobre seus sintomas, histórico de viagens, exposição e fatores de risco médico para descobrir se você deve ou não ser testado para COVID-19. Eles lhe darão instruções sobre como ser testado em sua comunidade.

Uma questão comum que eu ouço dos pacientes é sobre com qual médico entrar em contato. Recomendo ligar para o médico com quem você tem mais contato. Se você encerrou seu tratamento do câncer há mais de um ano e estiver se consultando com um médico de assistência básica regularmente, você pode ligar para ele. No entanto, se você estiver se consultando com o seu oncologista mais regularmente ou estiver em tratamento ativo do câncer, ligue para o seu oncologista.

Se você estiver recebendo um tratamento do câncer que suprime o sistema imune e desenvolver febre e sintomas respiratórios, ligue para seu oncologista como você faria normalmente se você desenvolvesse febre durante o tratamento. Não se esqueça de seguir a orientação sobre quando comparecer ao consultório ou hospital, e quando é mais seguro ficar em casa.

Sintomas graves podem ser uma emergência médica, e você pode precisar chamar o SAMU. Se você ou o seu ente querido tiver sintomas, como dificuldade para respirar, dor persistente ou pressão no tórax, ou lábios azulados, você deverá procurar assistência médica imediatamente.

O teste para COVID-19 envolve a inserção de um swab de aproximadamente 15 centímetros de comprimento, semelhante a um cotonete, profundamente na cavidade nasal por pelo menos 15 segundos. O swab é depois inserido em um recipiente especial e enviado a um laboratório para testagem.

Se for possível que você tenha COVID-19, você deve ficar em casa e se isolar enquanto você é testado e estiver esperando os resultados do seu teste. Permanecer em casa quando estiver doente é a melhor maneira de prevenir a transmissão do coronavírus e outros vírus respiratórios, como o da gripe, a outras pessoas. Se você vive com alguém, você deve colocar-se em quarentena em uma parte da casa, se possível, para diminuir o risco de o vírus se espalhar para o resto das pessoas que vivem com você.

E de novo, certifique-se de lavar suas mãos frequentemente.

Se estiver preocupado por ter sido exposto a alguém com COVID-19, preste atenção ao desenvolvimento de sintomas. Verifique sua temperatura corporal regularmente para episódios de febre. Se você tiver câncer ativo ou estiver atualmente em tratamento do câncer, informe sua equipe médica sobre sua possível exposição. Em 3 de junho de 2020, foi publicado no New England Journal of Medicine um estudo que incluiu 821 pessoas sem sintomas da COVID-19 que tiveram uma exposição à COVID-19 no ambiente doméstico ou no trabalho. Este estudo (em inglês) mostrou que o tratamento com hidroxicloroquina após a exposição a alguém com COVID-19 não forneceu nenhum benefício.

Existe uma forma de descobrir se já tive COVID-19?

Testes de anticorpos, também conhecidos como testes sorológicos, estão sendo desenvolvidos. Eles podem ser capazes de revelar se você já teve uma infecção por COVID-19. Esses testes procuram anticorpos no sangue. Os anticorpos são proteínas específicas feitas pelo corpo em resposta a uma infecção.

Os testes de anticorpos não informarão necessariamente se você está imune à COVID-19 ou se você pode estar imune a uma segunda infecção COVID-19. Algumas pessoas que contraem COVID-19 podem não produzir anticorpos, ou elas podem ter níveis de anticorpos muito baixos. Algumas pessoas podem ter um teste de anticorpos “falso positivo”, o que significa que o teste encontra os anticorpos, mas os anticorpos estão relacionados a um outro coronavírus e não à COVID-19.

Testes de anticorpos não estão amplamente disponíveis ainda, e você ainda não pode realizar esses exames em casa.

Se eu tiver tido COVID-19, serei capaz de continuar o tratamento do câncer?

Se você tiver um resultado positivo para COVID-19, você deve conversar com o seu oncologista sobre o impacto disto no tratamento do câncer. Em muitos centros, um teste negativo de COVID-19 é recomendado antes de recomeçar a quimioterapia ou outro tratamento do câncer. No entanto, alguns pacientes com COVID-19 continuam a apresentar teste positivo mesmo após se recuperar dos sintomas. Nesta situação, sua equipe de profissionais da saúde deve considerar os riscos e benefícios do reinício do tratamento do câncer apesar do teste positivo.

Quando o tratamento do câncer for retomado, é importante usar uma máscara ao chegar na clínica de infusão ou centro de tratamento do câncer e praticar uma boa higiene das mãos usando um antisséptico ou lavando as mãos antes e após as visitas.

Existem outros tratamentos disponíveis para COVID-19?

Os cientistas estão trabalhando com afinco para desenvolver e testar tratamentos para a COVID-19. Pesquisas clínicas são estudos que envolvem pessoas. Trabalhando muito rapidamente, os pesquisadores e médicos têm desenvolvido pesquisas clínicas para encontrar tratamentos eficazes para esta doença. As pesquisas clínicas para os possíveis tratamentos da COVID-19 estão agora abertas em muitos locais nos Estados Unidos e em outros países. Se você tiver sido diagnosticado com o coronavírus e decidir participar de um estudo clínico para pacientes com COVID-19, você poderá receber essas medicações. Além disso, ao entrar em um estudo clínico, sua participação ajudará os cientistas a encontrar o tratamento mais eficaz e seguro para a doença. O estudo Beat19 (em inglês), estudo de COVID-19 em pacientes com câncer do United States National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, NCI) (NCCAPS), e um estudo na Universidade de Stanford, por exemplo, são desenhados para coletar os sintomas de pessoas que possam ter COVID-19 para ajudar os pesquisadores a entender a evolução da doença e ajudar a encontrar um tratamento.

Plasma convalescente é a porção líquida do sangue que pode ser coletada a partir de pessoas que tenham se recuperado da COVID-19. Este plasma pode ter anticorpos ao SARS-CoV-2. O plasma convalescente ainda não é um tratamento aprovado para a COVID-19, mas ele está sendo estudado nas pesquisas clínicas como um possível tratamento. Se você se recuperou totalmente de uma infecção por COVID-19, você poderá fornecer seu plasma a um banco de sangue em sua área para potencialmente ajudar outras pessoas.

Hidroxicloroquina (Plaquenil) e cloroquina (Aralen) também estão sendo estudadas como um tratamento ou como uma forma de prevenção da COVID-19 após um pequeno estudo francês envolvendo 20 pacientes ter mostrado possível atividade dessas medicações no tratamento de pessoas com COVID-19. Outros estudos, no entanto, demonstraram aumentos em mortes relacionadas a esses medicamentos. Em 24 de abril, a Food and Drug Administration (Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA, FDA) emitiu uma advertência de que esses medicamentos não devem ser usados fora de um estudo clínico ou hospital em decorrência de ritmos cardíacos potencialmente fatais que podem ocorrer como um efeito colateral da combinação destes medicamentos. Em 25 de maio de 2020, a OMS interrompeu temporariamente os estudos clínicos de hidroxicloroquina depois que um estudo publicado na revista Lancet (em inglês) encontrou um aumento da taxa de morte em pacientes com COVID-19 que tomaram hidroxicloroquina, em comparação com aqueles que não tomaram o medicamento. No entanto, os autores do estudo não foram capazes de realizar uma auditoria independente dos dados e o recolheu da revista científica. Como resultado, a OMS retomou o estudo de hidroxicloroquina em 3 de junho. Um estudo apresentado no Programa científico virtual da Reunião Anual de 2020 da American Society of Clinical Oncology (em inglês) revelou que os pacientes com câncer que utilizaram uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, um antibiótico, como tratamento da COVID-19 tiveram um risco quase 3 vezes maior de morrer em 30 dias, em comparação com pacientes que não receberam nenhum desses medicamentos.

A versão da cloroquina (fosfato de cloroquina) é utilizada como um aditivo para limpar aquários de peixes. O consumo deste aditivo de aquário levou a pelo menos 1 morte e outras superdosagens. Não consuma este produto — ele pode te matar.

Quando as coisas voltarão ao normal?

Especialistas em saúde pública estão trabalhando com o governo para ajudar a responder esta pergunta. Em alguns locais, as restrições de confinamento (em abrigo) de emergência ou de ficar em casa foram ou poderão ser suspensas nos próximos dias ou semanas. No entanto, sabemos que o coronavírus continua a circular na comunidade e em algumas comunidades mais do que em outras. Assim que os serviços não essenciais reabrirem e mais pessoas começarem a deixar suas casas regularmente, é provável que vejamos outra onda de casos e mortes da COVID-19.

Se a sua comunidade local, bairro ou estado permite a reabertura dos serviços não essenciais, a melhor maneira de permanecer seguro é continuar em casa e ficar longe de lugares públicos o máximo possível. Use máscaras faciais de pano quando você precisar sair de casa. Continue a lavar suas mãos cuidadosamente e frequentemente e permaneça pelo menos 2 metros de distância de outras pessoas se você precisar ir ao mercado ou farmácia ou outros lugares que possam ter pessoas.

A abordagem mais segura, especialmente se você for considerado de alto risco, é continuar a viver como se as restrições de ficar em casa ainda estivessem em vigor.

Onde posso obter as informações mais recentes sobre a COVID-19?

É importante permanecer atualizado sobre as informações mais recentes sobre o surto da COVID-19. Os departamentos de saúde local e federal terão informações atualizadas se a doença tiver sido diagnosticada em sua comunidade.

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